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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

(Resenha) Entre o Amor e a Guerra - Zíbia Gasparetto

Título: Entre o Amor e a Guerra 

Autora: Zíbia Gasparetto

Ano: 2017

Páginas: 320

Editora: Vida & Consciência



Sinopse: Marcada por fortes emoções e permeada por uma constante atmosfera de tensão, a história de "Entre o amor e a guerra" se passa na Alemanha, em meio aos horrores da Segunda Guerra Mundial. Ditada pelo espírito Lucius, a obra traz o drama de Denizarth Lefreve, combatente francês que, gravemente ferido no "front" e prestes a ser capturado, assume a identidade de um oficial nazista que ele matara. 
Fingindo perda de memória, o protagonista é acolhido pela família do soldado alemão Ludwig e passa a residir em pátria inimiga. Com o desenrolar do enredo, porém, ele percebe que a guerra nada mais é do que um jogo de interesses, que coloca em lados opostos seres humanos com os mesmos anseios e valores.





***



A primeira coisa a se falar sobre este livro é que ele não segue os padrões habituais de narração. Ele é 95% composto de um diário. O que isso quer dizer?

Não é uma escrita do autor do livro, mas do personagem. O leitor é levado a conhecer o âmago de quem está expondo ali os seus sentimentos, os seus pensamentos e a sua visão da história. Quem tem o hábito de escrever diários saberá bem a diferença.

Então através deste diário do Denizarth podemos enxergar além dos acontecimentos que foram noticiados durante um dos períodos mais violentos da História da raça humana: a Segunda Guerra Mundial.

Para se manter vivo, já que ao nos depararmos com a nossa morte eminente somos jogados numa luta de sobrevivência sem precedentes, Denizarth assume uma identidade falsa e acaba indo viver no meio do inimigo.

Ele é recebido pela família de um soldado nazista e ao conviver com estas pessoas descobre que o fato de seus países estarem em guerra não as transforma em monstros a serem aniquilados.

Denizarth conhece o amor e por um curto período pôde vivenciar este sentimento tão sublime. Criou um forte laço com a matriarca da família e acabou também forjando um laço de ódio com o irmão da sua amada.

Sua vida passou por momentos de agonia e dor tão profundas que o modificaram para sempre. Ele foi levado a conhecer o Espiritismo e teve uma duríssima prova para constatar a sua fé. Mas ao final aprendeu a sua lição e se melhorou como ser humano.

As mensagens passadas com esta história são claras e mostram a realidade do ser humano.

Desde que o mundo foi criado e que nós humanos passamos a habitá-lo que a destruição começou a ser realizada. 

Somos adestrados a crermos que um povo de determinado país é melhor do que o outro. Que somente subjugando os mais fracos podemos ser fortes.

São estigmas e preconceitos que carregamos há muitos anos. E que só servem para provar exatamente o oposto: somos pequenos demais por nos deixarmos ser iludidos desta maneira.

Não é a nacionalidade de uma pessoa que a torna boa ou má. São seus atos, suas atitudes, seus pensamentos, suas escolhas.

Numa guerra aqueles que a idealizam ficam tranquilamente protegidos em seus quartéis enquanto o povo é massacrado, dizimado e humilhado.

A Segunda Guerra Mundial aconteceu por dois motivos: Hitler queria o dinheiro dos judeus para financiar suas experiências insanas para transformar o mundo num lugar de pessoas arianas e o resto das grandes potências que foram ameaçadas de serem reduzidos a seus experimentos inferiores.

Para acabar com um mostro outros foram criados. Milhares de vidas foram brutalmente extintas de ambos os lados.

Hitler recebeu o título de anticristo. Mas ele não estava sozinho nesta guerra. Tinha um exército a seu lado por fanatismo a sua causa. Tinha pessoas para praticarem as atrocidades em seu nome. Ele não era onipresente. Não podia estar em todos os locais para torturar os judeus e aqueles que se colocavam em seu caminho para tentar fazer com ele parasse.

A guerra não trás glórias para os soldados que dela participam. Ela os torna em seres insensíveis e cruéis.

Denizarth sentiu na pele o que os generais e os soldados nazistas eram capazes de fazer. Não é a tortura física que alquebra a alma humana. É a psicológica. Esta é capaz de matar o que temos de mais precioso: a esperança.

Mas não é apenas de horror que viveu o Denizarth. Ele amou e foi amado na mesmo intensidade. Descobriu uma missão maravilhosa que o ajudou a superar a fase mais dolorosa da sua vida. E ao sair vitorioso da sua prova de fé descobriu que o verdadeiro herói é aquele que supera a si mesmo perdoando o outro e se livrando das correntes que os prendem.

Esta é uma trama que nos mostra que mesmo no caos de uma guerra o amor pode surgir e vencer todas as dificuldades. Basta que os dois envolvidos mantenham a confiança um no outro e que não se deixem levar pelos pensamentos da família ou da sociedade.


 Um leve bater de asas *O:-) anjinho  *O:-) anjinho  para todos!!!!

Khrys Anjos

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