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segunda-feira, 11 de abril de 2016

(Resenha) A força do destino - Mônica de Castro

Título: A força do destino

Autora: Mônica de Castro

Ano: 2016

Páginas: 472

Editora: Vida & Consciência


Sinopse: O que você faria se tivesse a oportunidade de modificar seu passado e, consequentemente, alterar seu futuro? Aproveitaria essa chance e transformaria o pesadelo em sonho, ou ficaria paralisado diante da dúvida e do inevitável?

O tempo é uma infinita sucessão de mistérios e alguns estão bem ao alcance da compreensão de Jaqueline e Alícia. Mas o que essas duas pessoas poderiam ter em comum?
Se você se libertar das limitações da mente racional, que tudo questiona, sem nada compreender, verá que o universo é único e que a ideia de separação é mais uma ilusão criada pela pequenez de nossa mente, para a qual é difícil compreender a grande verdade de que somos todos UM.


***



Jaqueline está com 19 anos e já teve mais experiências traumáticas do que a maioria das pessoas pode suportar. O pai faleceu quando ela tinha 10 anos e logo sua mãe se casou novamente.


Assim ela passou a conviver com o seu primeiro algoz. Seu padrasto, que também era seu tio, após se cansar de espancar a esposa passou a espancá-la também. E depois ao seu irmãozinho com apenas 4 anos.

Quando a Jaqueline completou 13 anos, ele não se contentou com as surras e a violentou. Foi deste dia em diante que seu primeiro calvário começou. Ele passou a abusar da sobrinha diariamente sempre que a esposa saía para trabalhar.

Ela só conseguiu se livrar do tio quando sua mãe faleceu. Uma “chance” surgiu e acabou por empurrá-la a se livrar daquele mal. Pelo menos era o que ela pensava.

Ao chegar ao Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, vê-se obrigada a seguir na profissão de prostituta já que era a única oportunidade de trabalho que apareceu. Ela tinha que se sustentar e ao irmão.

E foi quando a Jaqueline conheceu seu segundo algoz. Um político que sentia prazer em espancar suas amantes. Seu segundo calvário teve início.

Numa dimensão paralela conhecemos a história da Alícia, casada com o Juliano e louca para engravidar, mas não conseguia.

Alícia começa a ter sonhos e visões com uma jovem. Isso acaba por desencadear uma busca por respostas que a leva diretamente para o precipício da verdade.

Sua vida sofre uma transformação total. Tudo aquilo que ela pensava ser uma certeza se transmuta em dúvida.

Segredos guardados há 30 anos são devolvidos pelo precipício e atirados no seu colo. As revelações repercutem e abalam toda a sua família.

Estas duas mulheres vivem em dimensões paralelas e têm uma ligação especial. Quando se encontram descobrem a verdadeira força do destino.

Depois desta breve explanação da história falarei das minhas percepções durante a leitura.

A trama aborda temas fortes. Alguns deles a grande maioria das pessoas preferem fazer vista grossa e nem se quer perdem um minuto do seu tempo para pensar sobre eles.

Abuso sexual infantil: É comprovado pelas estatísticas que em aproximadamente 90% dos casos o agressor é um parente da criança ou adolescente. E que em vários desses casos a mãe tem uma co-participação. Ou ajudando no ato ou fingindo que não percebe o que acontece dentro da própria casa.

Prostituição: Algumas dessas crianças que sofrem abusos não vêm mais um futuro brilhando a sua frente. Já sofreram tanto que se deixam ser usadas para sobreviver. Elas não possuem uma perspectiva no amanhã. Tenho que me alimentar hoje e só tenho o meu corpo a oferecer. Então que seja. Este é apenas um dos motivos que levam uma pessoa a se submeter a esta vida degradante.

Foi exatamente isso que aconteceu com a personagem Jaqueline. Ela sofreu o abuso sexual e procurou ajuda indo falar com a única pessoa que ela confiava para lhe proteger: a mãe. Não obteve a ajuda e se calou.

Esta atitude se torna ainda mais traumática para uma criança do que o ato do abuso. Ela se sente completamente sozinha e desamparada. Se a própria mãe não acredita nela, quem irá acreditar? Então o melhor a fazer é aguentar tudo em silêncio.

O abuso psicológico neste caso tem um impacto devastador na alma da criança. Ela passa a acreditar ser merecedora de todo aquele sofrimento.

Quando chega a fase adulta, se é que consegue, está tão habituada a ter o corpo violado que seguir na profissão de prostituta só tem uma modificação: ela recebe uma ninharia que dá pelo menos para se alimentar.

Já no caso da Alícia, o que a impedia de engravidar era uma obsessão com o passado. Ela não conseguia se desligar de coisas que lhe aconteceram em outras vidas e as trouxe para sua nova encarnação.

O detalhe importante da história dela é que a Alícia vive numa dimensão futura. Um mundo onde as pessoas são muito mais evoluídas. O Mal foi reduzido ao tamanho que deve ter: quase nulo. Não se pode extingui-lo ou não há motivo para existir o Bem.

Quando forem ler esta história prestem uma atenção extra nestas páginas: 154, 155, 156, 215, 281, 282, 283 e 284. Esta é a primeira vez que recomendo a leitura de determinada parte. Estou fazendo, pois é exatamente nela que se encontram as explicações para se entender a sequência da vida e a força do destino.

O futuro narrado aqui é o desejado por todos os seres que estão em busca da evolução. Isso não quer dizer que nos transformaremos em anjos encarnados. Continuaremos temos qualidades e defeitos. Sem defeitos não seríamos mais humanos.

Temos nesta trama narrada pela Mônica temos vários “professores” que através das suas histórias transmitiram lições muito importantes para o leitor.

O ciclo de amor e ódio entre dois seres que se arrasta por séculos que só será quebrado no momento que um deles se decidir pelo amor. Este fato serve para explicar o motivo que leva uma mãe a odiar o seu filho ou visse e versa.

Caso o ódio prevaleça uma opção para terminar com ele é o nascimento dos gêmeos xifópagos, que pode ser escolhida pelos dois em comum acordo ou imposta. Em alguns casos a contenda é resolvida. Em outros o ódio aumenta e eles acabam vivendo literalmente num inferno já que não podem se livrar um do outro.

Esconder a verdade achando que ao colocá-la enterrada no jardim ficará lá sem germinar. Por mais fundo que tenha sido o buraco no qual a jogou um dia ela conseguirá seguir o rumo da luz e brotará. Suas raízes estarão tão profundas que o tronco se transformará num poderoso destruidor de casas.

Por mais difícil ou doloroso que seja temos que priorizar dizer sempre a verdade. Um segredo que envolva mais de uma pessoa passa a ser problema. E um problema precisa ser solucionado e não camuflado.

O perdão. Este é o quesito fundamental para se desvencilhar dos grilhões do passado. Quando nos deixamos acorrentar pelas coisas que nos aconteceram ficamos exatamente como uma raposa presa numa armadilha do caçador esperando apenas o momento da nossa morte. Ao pisarmos nesta armadilha temos as seguintes opções: debater-nos e ferir a perna sem conseguir a liberdade, sentar e esperar ou usar a nossa inteligência a nosso favor arrancando a corrente da terra. Como fazemos isso se não somos como o Hércules da mitologia? Através do perdão. Perdoar o outro, nos dá a força para arrancar a corrente e nos perdoar, nos dá a força para abrir o grilhão.

Confesso que se estivesse no lugar da Jaqueline não seria capaz de perdoar o agressor. Teria o enviado para o inferno dos católicos ou o umbral dos espíritas mais cedo. Posso perdoar quase tudo que uma pessoa faça, mas duas coisas não: crueldade contra um animal e estupro, tanto de mulheres quanto de crianças.  Provavelmente terei que passar mais um tempo reencarnando até modificar este conceito, mas por enquanto é este o “defeito” que manterei. Exercitando dizer a verdade sempre.

Nosso destino não está escrito com tinta definitiva. Ao nascermos trazemos um esboço do que será. Nossas escolhas é que determinarão o nosso futuro. Receberemos auxílio do astral de diversas maneiras para permanecermos no caminho da nossa felicidade. Pode ser através de um sonho ou um pressentimento. Muitas vezes ignoramos estes avisos e acabamos tendo experiências bastante duras da vida. Mas não é a vida a culpada por nossa decisão de aprender pela dor. Somos nós.

Também não devemos nos fazer de vítimas e aceitarmos o sofrimento como purificação dos pecados. Ninguém veio a este mundo para sofrer. Viemos para aprender o verdadeiro significado do amor incondicional. E sermos felizes. Mas para que isso se realize às vezes temos que passar por um grande desgosto para valorizarmos o que realmente tem valor.

O destino é implacável. Ele nos guia, mas não nos subjuga. Auxilia e não ordena. Ensina de um jeito ou de outro a sermos melhores hoje do que fomos ontem. Esta é a lei da evolução. Quem não a seguir terá que ser convidado a se retirar do campo, pois os jogadores que ficarem, mesmo sendo de times adversários, serão todos vencedores.



Um leve bater de asas *O:-) anjinho  *O:-) anjinho  para todos!!!!

Khrys Anjos


3 comentários:

  1. Olá Khrys!!!
    Essa é a primeira resenha que leio de seu blog e adorei.
    Pretendo ler as outras. A forma reflexiva que você abordou aspectos da obra é bem interessante. Tenho esse livro e pretendo ler em breve para resenhar em meu blog e meu canal.
    Abraços!!!

    - Blog: http://filosofodoslivros.blogspot.com.br/
    - Canal do Youtube: https://www.youtube.com/c/FilósofodosLivros

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  2. Amo os livros da Mônica de castro, mas esse não é uma história pra relaxar, tem partes bem pesadas.Tô terminando, mas sinceramente optaria por outo.

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  3. Amei sua resenha, parabens pelo blog

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