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segunda-feira, 31 de julho de 2017

(Resenha) Horizonte das Cotovias - Gilvanize Balbino

Título: Horizonte das Cotovias

Autora: Gilvanize Balbino

Editora: Vida & Consciência

Páginas: 288

Ano: 2017



Sinopse: Um século antes do nascimento de Jesus Cristo, a ambição e a violência reinam sobre a Terra, principalmente em Roma. Um dos mais temidos generais da época, Titus Octavius Gracus, expande os domínios do Império pela força da espada, oprimindo os povos que se recusam a aceitar sua soberania.
  No Horizonte das Cotovias, banhado pelas águas mansas do mar Egeu, a divina providência escreve uma das mais belas e emocionantes lições de amor e espiritualidade, revelando que a violência é fruto da ignorância e do orgulho. São ilusões que a vida vai destruir, não importando o tempo que leve para isso acontecer.



***  




Nesta obra somos levados a fazer uma viagem no tempo. Chegamos ao ano 60 a.C. num dos períodos mais bárbaros pelo qual a humanidade passou.

Este não é um conto de fadas onde os protagonistas são felizes para sempre. Esta é uma narrativa de fatos reais onde os encontros e desencontros são constantes.
Filhos acabam trilhando o mesmo destino dos pais num círculo intermitente onde a fé dos personagens é colocada a prova.

Titus era a prepotência em pessoa. Quem não o obedecia ou fazia algo que o desagradasse era eliminado sem remorso. A ganância pelo poder e pela riqueza conduzia sua vida e a da sua irmã. Juntos arquitetavam planos e os executavam com precisão militar.

Roma foi erigida a base de sangue. Seu exército era composto na maioria por homens que não possuíam sentimentos pelo outro ser humano. Tanto os povos conquistados quanto o próprio povo era considerado peças num jogo de xadrez.

Os escravos eram usados por seus “donos” e suas vidas não valiam absolutamente nada para eles. Quando se rebelavam ou sua utilidade acabava eram mortos e novos colocados em seus lugares.

Podemos dizer que temos nesta obra os precursores do espiritismo. Alguns personagens falam através dos ensinamentos da Bíblia os conceitos tão argumentados pelos seguidores da doutrina Espírita.

Os casais deste romance mostram que devemos dar valor a cada minuto passado ao lado do nosso companheiro/a, pois o momento da união pode ser breve.

Nem sempre aqueles que se amam estão destinados a vivenciarem este sentimento estando juntos por toda a vida.

Em alguns casos o relacionamento é mais para trazer ao mundo um outro ser que está necessitando de uma nova chance para aprender a corrigir as coisas erradas que fez e assim evoluir como pessoa.

A principal mensagem da história é exatamente a que o Mestre Jesus transmitiu em cada dia da sua breve vida na Terra: amor incondicional.

E também que temos que pelo menos tentar perdoar quem nos fere.

Confesso que diante das atrocidades praticadas pelo Titus eu seria reprovada nesta prova. Para ele nem mesmo o filho e o neto eram imunes ao seu ódio.

Outro ponto a ser destacado é a adoção. Um filho do coração pode muitas vezes amar um pai mais do que o seu filho de sangue. A ligação entre duas pessoas não está limitada a parentesco.

A amizade é tão importante quanto à família. O laço emocional que une os amigos ou o pai com seu filho adotado é tão profundo quanto o da carne. Em alguns casos a aproximação acontece exatamente para mostrar esta força.

Quando escolhemos olhar o lado bom das pessoas e das coisas ruins que atravessam o nosso caminho estamos nos permitindo ter a chance vivenciar o bem que aquele mal nos traz.

Nem sempre o que no primeiro momento é um acontecimento ruim significa que ele é apenas isso. Pode ser que este mal acarrete uma coisa boa na nossa vida como a chegada de um amigo ou alguém que fará o amor nascer em nosso coração.

A vida é curta e os momentos felizes devem ser vividos ao máximo para que as lembranças deles nos acalentem no futuro caso aquela pessoa não esteja mais ao nosso lado.

Mas isso não quer dizer que devemos aceitar o sofrimento como algo a ser vivido em êxtase. Temos que aprender a transformar o que nos faz sofrer em uma experiência e não em uma vivência infinita.

E também temos que ter a coragem de assumir a autoria do nosso próprio destino.
Nesta obra os filhos acabaram seguindo exatamente a mesma trajetória dos pais. Os encontros e as separações durante anos marcaram a vida de praticamente todos os personagens.

As experiências que precisavam viver e as lições que necessitam aprender muitas vezes tinham que ser com outras pessoas e em outros lugares.

A vida às vezes nos oferece um limão para ver qual será a nossa reação. Podemos fazer uma limonada ou chupá-lo como se fosse uma laranja um pouco mais azeda. A única coisa que não podemos fazer é jogá-lo fora. Então seguimos em frente com a consequência da nossa escolha.

Nesta nova edição foram feitas algumas modificações que eu adorei. Primeiro na linguagem. Como é uma história com mais de 2000 mil anos de vida a forma como foi escrita na primeira edição seguiu a linguagem mais austera e agora foi repaginada trazendo para a linguagem da nossa época. Mas sem gírias ou outras coisas que denegrissem a história. Apenas foi atualizada para o nosso tempo.

Muitos livros antigos são praticamente impossíveis de serem lidos sem o auxílio de um dicionário o que faz que os leitores desistam da leitura. Eu mesma já fiz isso.
Então eu deixo aqui os meus sinceros parabéns por esta iniciativa e espero que outros autores e editoras sigam este exemplo.

A segunda modificação é que foram incluídos dois breves resumos no final para que o leitor possa se situar melhor na história, pois explicam quem foram os irmãos Gracus e como era a vida na Grécia da Antiguidade.

Esta leitura é para quem está querendo um romance real sem a fantasia dos contos de fadas. O amor pode surgir nos corações de quem não o está procurando e ser tão avassalador que modifica a pessoa tão profundamente que ela abre a mente para as verdades de Deus. 


Um leve bater de asas *O:-) anjinho  *O:-) anjinho  para todos!!!!

Khrys Anjos

segunda-feira, 3 de julho de 2017

(Resenha) Marcas da Vida - Natalia Moreno

Título: Marcas da Vida 
Autora: Natalia Moreno
Ano: 2015
Páginas: 118
Editora: Novo Século Editora

Sinopse: Marcas da vida conta a história de Lilian, uma atriz no auge da carreira, que vê sua vida ser destruída quando sofre um acidente de carro. Com um contrato cancelado e cheia de contas a pagar, Lilian torna-se professora de teatro. Segue sua vida sem grandes aspirações até que uma aluna nova reacende nela o sonho de ter uma família.

A professora, esperançosa, mas ainda marcada pelas tragédias de sua história, embarca em relacionamento com Marcos, um publicitário bem-sucedido, cercado de prestígio e belas mulheres. Para não desistir da felicidade, Lilian terá de lidar com os seus fantasmas e se enxergar além do que vê no espelho. 

***

Lilian está no auge da carreira e vivendo um romance dos sonhos com o Heitor, mesmo que a futura sogra seja contra e viva a humilhando por não considerá-la a altura do seu filho.
Ao sofrerem um acidente o sonho é desfeito e a vida da Lilian se transforma totalmente. Ela passa a ter pesadelos constantes com a tragédia que lhe roubou o seu amor. Fica com cicatrizes no rosto e nos braços. Perde o emprego na novela.
Com tudo isso acaba tendo que recomeçar a viver primeiro com um novo trabalho como professora de teatro infantil e depois se permitindo amar novamente.
Marcos também passou pelo processo da dor de perder a pessoa amada, mas ficou com uma parte preciosa dela na sua vida na forma da sua filhinha Ana.
Quando os caminhos dos dois se cruzam faz com que ambos vejam que chegou o momento de curarem as feridas e abrirem seus corações para o amor.
Para o Marcos a cura é aceita mais fácil, pois sua perda foi há mais tempo. Como dizem o tempo é o nosso melhor conselheiro e mestre. A Lilian precisou refletir mais até perceber que não adiantava negar o sentimento que aflorou em sua alma ao conhecê-lo.
Na história a Lilian recebeu o apelido de anjo, mas para mim o verdadeiro ser alado era a pequena Ana, pois foi ela com o seu toque especial quem conseguiu atingir o âmago da Lilian e a aproximou do seu pai.
O que posso dizer para definir esta obra é que ela é perfeita. Esta é a característica que mais admiro na autora: Ela consegue transmitir em poucas páginas (neste livro são 118) mais lições edificantes que muitos autores que escrevem verdadeiras enciclopédias (com 300 ou mais páginas) e não passam nem uma pequena parte deste ensinamento.
Nós vivemos numa sociedade onde a beleza física é o que conta. Não importa se a pessoa tem uma alma boa ou má. Fomos criados assim, para valorizarmos a aparência.
Mas existem alguns raros seres que vêem além e conseguem enxergar a beleza onde os outros vêem a feiúra.
O que deveríamos nos preocupar em ensinar aos nossos filhos é exatamente esta diferença: enxergar a outra pessoa sem dar importância a sua imperfeição.
Uma marca ou uma cicatriz não deve ser usada como classificação de feiúra, pois o que mais vemos são pessoas de rostos lindos e almas tenebrosas.
Não é a aparência física considerada perfeita que deve determinar se a pessoa tem ou não o direito de ser amada. Nem ser mais valorizada do que o caráter.
Outra mensagem importante transmitida com esta história é que não devemos trancar o nosso coração após uma perda. Temos o direito de vivenciar o luto, mas não podemos permitir que a dor amargure a nossa alma.
Isso não quer dizer que a pessoa tenha que se obrigar a ter um novo relacionamento. Apenas que ela não deve impedir o desenvolvimento de um novo amor na sua vida. Ter medo de sofrer novamente por causa de uma possível nova perda é jogar a segunda ou terceira ou quarta chance que o destino está lhe proporcionando para ser feliz.
É lógico que existem muitas pessoas que amam apenas uma única vez na vida e que podem ser felizes vivendo sozinhas depois que ocorre a separação física da sua outra metade.
No amor não existem regras. Apenas o sentimento a ser sentido.
Esta história nos mostra que a futilidade de exigir a perfeição física deve ser revista. As marcas e cicatrizes que carregamos no corpo são lembretes de algo ruim que aconteceu, mas que nos permitiu vencer mesmo que tenha ocorrido uma perda.
As marcas deixadas na alma é que devem ser consideradas as primeiras a serem curadas pela família e pelos médicos. E nós temos que nos preocupar com as marcas que deixamos na vida das pessoas e não com as que elas carregam no corpo.
Não importa se o outro tem uma cicatriz no rosto ou uma queimadura em alguma parte do corpo. Ou se lhe falta algum membro. Ou se ela é gorda ou magra.
Valorizar em demasia a aparência é preconceito.
Espero sinceramente que esta obra fique marcada na vida de cada um que se disponibilizar a abrir o seu coração para conhecê-la.



Um leve bater de asas *O:-) anjinho  *O:-) anjinho  para todos!!!!

Khrys Anjos