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segunda-feira, 3 de julho de 2017

(Resenha) Marcas da Vida - Natalia Moreno

Título: Marcas da Vida 
Autora: Natalia Moreno
Ano: 2015
Páginas: 118
Editora: Novo Século Editora

Sinopse: Marcas da vida conta a história de Lilian, uma atriz no auge da carreira, que vê sua vida ser destruída quando sofre um acidente de carro. Com um contrato cancelado e cheia de contas a pagar, Lilian torna-se professora de teatro. Segue sua vida sem grandes aspirações até que uma aluna nova reacende nela o sonho de ter uma família.

A professora, esperançosa, mas ainda marcada pelas tragédias de sua história, embarca em relacionamento com Marcos, um publicitário bem-sucedido, cercado de prestígio e belas mulheres. Para não desistir da felicidade, Lilian terá de lidar com os seus fantasmas e se enxergar além do que vê no espelho. 

***

Lilian está no auge da carreira e vivendo um romance dos sonhos com o Heitor, mesmo que a futura sogra seja contra e viva a humilhando por não considerá-la a altura do seu filho.
Ao sofrerem um acidente o sonho é desfeito e a vida da Lilian se transforma totalmente. Ela passa a ter pesadelos constantes com a tragédia que lhe roubou o seu amor. Fica com cicatrizes no rosto e nos braços. Perde o emprego na novela.
Com tudo isso acaba tendo que recomeçar a viver primeiro com um novo trabalho como professora de teatro infantil e depois se permitindo amar novamente.
Marcos também passou pelo processo da dor de perder a pessoa amada, mas ficou com uma parte preciosa dela na sua vida na forma da sua filhinha Ana.
Quando os caminhos dos dois se cruzam faz com que ambos vejam que chegou o momento de curarem as feridas e abrirem seus corações para o amor.
Para o Marcos a cura é aceita mais fácil, pois sua perda foi há mais tempo. Como dizem o tempo é o nosso melhor conselheiro e mestre. A Lilian precisou refletir mais até perceber que não adiantava negar o sentimento que aflorou em sua alma ao conhecê-lo.
Na história a Lilian recebeu o apelido de anjo, mas para mim o verdadeiro ser alado era a pequena Ana, pois foi ela com o seu toque especial quem conseguiu atingir o âmago da Lilian e a aproximou do seu pai.
O que posso dizer para definir esta obra é que ela é perfeita. Esta é a característica que mais admiro na autora: Ela consegue transmitir em poucas páginas (neste livro são 118) mais lições edificantes que muitos autores que escrevem verdadeiras enciclopédias (com 300 ou mais páginas) e não passam nem uma pequena parte deste ensinamento.
Nós vivemos numa sociedade onde a beleza física é o que conta. Não importa se a pessoa tem uma alma boa ou má. Fomos criados assim, para valorizarmos a aparência.
Mas existem alguns raros seres que vêem além e conseguem enxergar a beleza onde os outros vêem a feiúra.
O que deveríamos nos preocupar em ensinar aos nossos filhos é exatamente esta diferença: enxergar a outra pessoa sem dar importância a sua imperfeição.
Uma marca ou uma cicatriz não deve ser usada como classificação de feiúra, pois o que mais vemos são pessoas de rostos lindos e almas tenebrosas.
Não é a aparência física considerada perfeita que deve determinar se a pessoa tem ou não o direito de ser amada. Nem ser mais valorizada do que o caráter.
Outra mensagem importante transmitida com esta história é que não devemos trancar o nosso coração após uma perda. Temos o direito de vivenciar o luto, mas não podemos permitir que a dor amargure a nossa alma.
Isso não quer dizer que a pessoa tenha que se obrigar a ter um novo relacionamento. Apenas que ela não deve impedir o desenvolvimento de um novo amor na sua vida. Ter medo de sofrer novamente por causa de uma possível nova perda é jogar a segunda ou terceira ou quarta chance que o destino está lhe proporcionando para ser feliz.
É lógico que existem muitas pessoas que amam apenas uma única vez na vida e que podem ser felizes vivendo sozinhas depois que ocorre a separação física da sua outra metade.
No amor não existem regras. Apenas o sentimento a ser sentido.
Esta história nos mostra que a futilidade de exigir a perfeição física deve ser revista. As marcas e cicatrizes que carregamos no corpo são lembretes de algo ruim que aconteceu, mas que nos permitiu vencer mesmo que tenha ocorrido uma perda.
As marcas deixadas na alma é que devem ser consideradas as primeiras a serem curadas pela família e pelos médicos. E nós temos que nos preocupar com as marcas que deixamos na vida das pessoas e não com as que elas carregam no corpo.
Não importa se o outro tem uma cicatriz no rosto ou uma queimadura em alguma parte do corpo. Ou se lhe falta algum membro. Ou se ela é gorda ou magra.
Valorizar em demasia a aparência é preconceito.
Espero sinceramente que esta obra fique marcada na vida de cada um que se disponibilizar a abrir o seu coração para conhecê-la.



Um leve bater de asas *O:-) anjinho  *O:-) anjinho  para todos!!!!

Khrys Anjos

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