Título: Cada um é o que é
Autora: Meire Campezzi Marques
Ano: 2017
Páginas:
304
Editora:
Vida & Consciência
Sinopse: Cada
um de nós sofre algum tipo de preconceito. Vivemos em uma sociedade cheia de
normas, regras, condutas, padrões de beleza e comportamento rígidos, que nos
conduzem à homogeneização, desrespeitando um dos princípios sagrados da
natureza: a diversidade.
Nascemos com qualidades únicas. Temos gostos, vontades, desejos, tendências e
tipos físicos distintos, justamente para aprendermos a nos aceitar
incondicionalmente, o que talvez seja um dos maiores desafios impostos pela
vida.
Este romance mostra que a autoaceitação é o único caminho possível para uma
vida harmoniosa, equilibrada e repleta de paz e que é preciso aceitar as
diferenças, entendendo que cada um se manifesta conforme seu nível de evolução,
tenta fazer o melhor que pode e dá apenas o que tem. Afinal, cada um é o que é.
***
Nesta trama são demonstrados os preconceitos mais arraigados que
nós alimentamos durante milênios.
O ser humano tem o hábito de criar um modelo de perfeição para
enclausurar o outro dentro de uma redoma. Exige que o outro aja, pense e fale
exatamente do jeito que ele quer. Quando o outro não corresponde as suas
exigências se sente ofendido e recorre ao preconceito por não aceitar que ele é
diferente da ilusão que criou.
Na história temos uma progenitora que precisou literalmente
apanhar da vida para aprender a ser uma mãe. E dois irmãos que também
precisaram levar uma surra do destino para acordarem.
Não irei colocar os nomes dos personagens, pois eles podem ser
você ou eu na história das nossas vidas.
Quem nunca praticou um preconceito é alguém extremamente evoluído.
Somos criados dentro de uma sociedade onde o “diferente” é errado. Aquele que
não pratica da mesma religião ou que tem outra opção sexual é considerado um
pária.
Mas o pior preconceito que perpetramos é contra nós mesmos quando
não nos aceitamos do jeito que somos. Quando permitimos que outra pessoa dirija
a nossa vida, nossos atos e nossos pensamentos.
Se nós não nos aceitamos como uma outra pessoa poderá nos aceitar?
A vida corresponde como um reflexo diante do espelho. Se eu não me valorizo só
irei encontrar pessoas que também não me valorizam. Se acredito que mereço
apanhar do meu marido irei me casar com um homem violento que fará a realização
do meu desejo.
Nós atraímos para a nossa vida exatamente as pessoas que vibram na
mesma sintonia de energia que emitimos.
A não ser que tenhamos uma pequena ajuda dos nossos mentores em
nos aproximar de pessoas cuja energia é positiva e que podem nos mostrar uma
nova visão da vida.
Posso dizer por experiência própria que crescer num lar onde não
se recebe o apoio e o carinho nos transforma em seres fracos que não acreditam
em sua capacidade nem no seu potencial. E muito menos que mereça ser amado.
Mas chega um momento em que o destino assume o leme da navegação e
nos faz passar por uma transição que pode ser através do auxílio de um amigo ou
tomando uma surra da vida. De uma maneira ou de outra somos compelidos a
assumirmos por nós mesmos o leve e sermos os capitães dos nossos barcos.
Não é algo que aconteça da noite para o dia. Leva tempo
acostumarmos com o fato que temos que andar com as nossas próprias pernas e
encararmos as consequências das nossas escolhas.
A maioria dos pais quando olham para o filho ao nascer criam toda
a sua trajetória até a sua velhice. Como serão, como agirão, como pensarão, que
profissão irão seguir, com quem irão se casar e por aí vai. Fazem as escolhas
para a vida do filho como se ele não fosse um outro ser humano. Pensam assim:
Eu coloquei no mundo e tenho o direito de conduzir a sua vida.
Este é o maior engano que podemos cometer. Ninguém tem o direito
de moldar o outro e exigir que ele siga as suas regras.
A diversidade de cores, crenças e atitudes devem servir para nos
proporcionar a nossa evolução e não para alimentarem os preconceitos que só
destroem os relacionamentos.
O fato do seu filho ser gay não o diminui como pessoa. Se a sua
filha é espancada pelo marido não é culpa dela. Se as outras pessoas agem de
modo diferente ao que você queria que agissem não é motivo para julgá-las,
condená-las e sentenciá-las.
Cada indivíduo deve ser respeitado pelo que ele é e não pelo que
acreditamos que ele deve ser.
Não somos perfeitos e não temos motivo para querer exigir do outro
uma perfeição que não existe. Se estamos encarnados é porque necessitamos desta
nova oportunidade para nos melhorarmos como pessoa e para acertarmos nossas
relações com aqueles que de alguma forma fizemos mal em outras vidas ou nesta
mesma.
Cada pessoa é o que é e devemos aprender a enxergá-las sem o véu
da ilusão que nós mesmos colocamos diante de nossos olhos para transformá-las
em seres que não existem.
A base para qualquer relacionamento é o respeito. Respeitar quem é
e o que a outra pessoa sente.
Quem passa a vida reclamando de tudo e todos terá o destino que
escolheu perpetuado pela dor: a solidão. Só que não a escolhida. Será a solidão
aplicada pelo afastamento de todas as pessoas que não a suportam.
Nós temos o poder de mudar o rumo das coisas que acontecem na
nossa vida mudando o nosso pensamento. Esta é a verdadeira guerra que lutamos e
as batalhas são constantes e diárias.
Aceitar o outro como ele é. Este é o primeiro passo para nos
aceitarmos como nós somos.
Khrys Anjos
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