Autora:
Luísa Jourdain
Editora:
Chiado Editora
Ano: 2015
Páginas:
670
Literatura
estrangeira: Português de Portugal
Sinopse: Lisboa, ano de 2010. Próximo do Natal, o inverno promete ser longo, frio e sombrio. Bernardo de Vila Nova, psicólogo e cidadão do mundo, não imaginava o que o esperava ao chegar a casa e sentar-se no velho sofá com um livro novo nas mãos.
Helena
Pereira, estudante e taróloga, dispunha as cartas do Tarot sentada no chão do
seu quarto. Estava longe de adivinhar o que ia acontecer quando uma das cartas
lhe saltasse das mãos. Invocados pelo Zodíaco, viajam no tempo à mística
Provença Medieval ao encontro de uma ordem esotérica de magos e feiticeiras.
Rodeados
de magia, recebidos por um astrólogo, um alquimista e um professor, protegidos
pelas feiticeiras da Força, da Justiça e da Temperança, seriam iluminados pelo
conhecimento antigo e assistiriam à criação do Tarot de Marselha.
Ao longo
de destemidas aventuras, enfrentam poderosas personagens e assistem, ao vivo, à
criação dos arquétipos dos arcanos maiores do Tarot.
Que
segredos trouxeram? Que magias revelaram?
O que
muda, cresce e enaltece no Ser quando se transforma num viajante do tempo e
percorre os caminhos fantásticos da alma oculta e da mente iluminada.
***
Bernardo
é o primeiro a ser levado nesta viagem no tempo, pois os Magos precisam da sua
autorização para levar a sua pupila de encontro ao seu destino.
Ele
conhece as Feiticeiras, os Magos e seus pajens. Nasce um laço de irmandade
muito forte entre ele e o jovem Amadeus.
Quando
Helena chega tem uma surpresa desagradável por ser recebida pelo ser do Mal em
pessoa. Mas ela percebe que nem tudo o que vemos é realmente a verdadeira face
de uma pessoa.
No
decorrer da trama os dois passam por situações que colocam os conceitos que
eles têm sobre vários assuntos em um debate interior. Principalmente o Bernardo
que apesar da namorada ser uma taróloga não está familiarizado com o os
arquétipos do Tarot.
Cada um
dos personagens que eles encontram mostram as duas personalidades de cada carta
do Tarot de Marselha.
E no
final da viagem eles voltam para casa transformados em seres melhores e com uma
experiência que os torna conhecedores de si mesmos.
Esta é a
mensagem principal desta obra. Somente quem conhece o seu lado negro pode ser
verdadeiro com os seus sentimentos.
Não
adianta negarmos que possuímos o Mal dentro de nós, pois ele faz parte do nosso
ser. O ser humano é constituído de duas metades que se completam e não existem
uma sem a outra.
É a
dualidade do Bem e do Mal, do Yin e do Yang, do Preto e do Branco, da Luz e da
Treva.
Quando
nos dispomos a entrar dentro de nós mesmos para conhecermos a fundo quem somos
temos que estar preparados para enfrentar o que preferimos deixar escondido.
Ao superarmos
este limite conseguimos ver o mundo de uma forma diferente, pois passamos a
entender que a outra pessoa também tem esta dualidade a ser equilibrada.
Para quem
está habituado a percorrer o caminho do esoterismo e estuda o tarot irá
encontrar aqui uma excelente fonte de conhecimento. E para quem estuda a
psicologia terá um oceano de conhecimento.
Os
personagens mostram como é a estrada que leva ao aprimoramento do ser e como
nós somos relacionados com cada arquétipo do tarot ao longo da nossa vida.
Em
todas as situações do nosso cotidiano temos a chance de reconhecer determinada
atitude ou pensamento que remete a um dos arquétipos.
Saber
equilibrar a balança da dualidade deve ser a nossa principal meta a ser aprendida.
Nem
sempre quem consideramos ser o Mal, realmente é. Assim como nem todo ser que
vive pregando o Bem está imune a praticar o Mal também.
A mente
humana é um vasto campo e as possibilidades de personalidades são infinitas. O
que pensamos hoje pode mudar amanhã.
Bernardo
é um psicólogo, mas só passa a se conhecer de verdade quando admite a existência
da magia.
Nós
estamos tão habituados a não enxergarmos além do que os nossos olhos vêem que
negamos o poder que a magia possui. Ela existe para quem acredita nela e é
capaz de transformar uma pessoa num ser humano melhor quando ele a aceita na
sua vida e a respeita como parte de si mesmo.
A viagem
no tempo até a Era Medieval é necessária para fazer com que tanto o Bernardo
quanto o leitor resgatem esta força que transcende o real. A magia do Tarot é
capaz de nos mostrar o caminho, mas é a nossa mente que nos direcionará a segui-lo.
Um leve bater de asas para todos!!!!
Khrys Anjos
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