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terça-feira, 17 de março de 2015

(Resenha) Uma vida para sempre - Simone Taietti

Título: Uma vida para sempre

Autora: Simone Taietti

Ano: 2014  

Páginas: 352

Editora: Novo Século


Sinopse: Ethel diz estar morrendo. Contudo, não afirma isso apenas em razão de sua doença. Talvez a única certeza de nossa existência seja a morte, o fato de que ela chega para todos. Mas nem por isso deixa de ser a maior incógnita da vida.
Em um hospital, em meio à dor das histórias dos pacientes, Ethel encontrou amigos. Entre passeios em cemitérios, frequentando velórios e enterros de estranhos, ela tenta preparar a si e aqueles que ama, para o que parece estar ali tão próximo, o fim. Entretanto, não esperava enfrentar algumas surpresas que a fizessem duvidar de tal preparação.
As estatísticas ruins, a inexorável passagem do tempo. Onde reside a lógica disso que nos arranca pedaços, da súbita inexistência do que outrora era vívido e pulsante? Um corpo que jaz. Palavras que se perdem. A finitude de tudo o que é tão belo talvez seja a maior dor do mundo.
Uma vida para sempre é um compilado de desejos, pensamentos e dias.
Quanto dura o para sempre?
Ethel descobriu.


***


Esta história é narrada pela Ethel em seu diário. Assim conseguimos chegar até a sua essência e deciframos sua alma.

Ethel é uma jovem de 17 anos portadora de uma doença raríssima cuja sigla é CIPA e significa Insensibilidade Congênita à Dor com Anidrose, em termos mais simples ela não sente dor nem transpira.

Em algumas ocasiões esta condição seria um paraíso: na hora do parto, ao sofrer um acidente ou durante as cólicas menstruais. Mas o termômetro que o corpo humano utiliza para nos avisar que algo está errado com o nosso organismo ou que nos ferimos é a dor. Ou seja ela é extremamente necessária.

Tendo esta doença Ethel acaba sofrendo duplamente: a doença em si e o sufocamento de proteção de sua mãe Edite. Acredito que esta reação é a que toda mãe tem ao saber que um filho ou uma filha está doente. Criar uma bolha e colocar a criança ali dentro para protege-la de tudo e todos. Mas infelizmente é impossível sobreviver dentro de uma bolha.

Por causa das restrições que sua mãe lhe impõe Ethel acaba tendo que mentir para poder continuar visitando seus amigos no hospital. Este é o único local onde ela pode se relacionar já que tem que frequentá-lo todas as semanas. E como num hospital todos os pacientes estão atrás da cura para alguma doença seus amigos também se encontram neste rol. Temos a dona Gertrud, uma senhora de 81 anos que faz hemodiálise e o Vitor que tem LMA, Leucemia Mileode Aguda, e que acaba por se tornar mais que um amigo para a Ethel.

Outra coisa que torna a Ethel diferente é que ela é apaixonada por livros e seu tema principal de conversa é a morte. Sempre que pode ela acompanha velórios e enterros de pessoas desconhecidas.

Isso não quer dizer que a Ethel seja obcecada mas que ela está buscando o que todo ser humano deveria buscar: o conhecimento.

O fato dela estar com uma doença que pode leva-la a morte de uma hora para a outra a deixa com o desejo de amenizar ao máximo a dor que irá causar a sua mãe que quase enlouqueceu quando seu marido (o pai da Ethel) faleceu.

E durante esta caminhada rumo ao conhecimento ela vai inundando as páginas do diário com lições e mensagens vindas da sua alma. O conhecimento que ela acredita estar fora na verdade estava apenas esperando uma chance para vir a superfície e transbordar do seu espírito para atingir as outras pessoas.

Ethel descobriu que Uma Vida é capaz de modificar Para Sempre as vidas de milhares de pessoas.

Nesta história temos uma menina que aparentemente deveria sentar e esperar pela morte mas que foi além. Ela fez muito mais ao mostrar ao mundo o maior erro cometido pela humanidade: não pensar na morte.

Isso não é ser mórbido ou pessimista. Isso é ser realista. Esta é a única coisa que podemos ter certeza que irá acontecer: vamos morrer. Porém o que faz toda a diferença é o que construímos neste meio tempo.

Esta é a questão que a Ethel coloca para o leitor. Quando refletimos que talvez este seja o nosso último dia de vida é que entendemos o significado de viver plenamente.

Nós estamos tão acostumados ao ditado “O que os olhos não veem o coração não sente” que simplesmente não queremos olhar para esta realidade.

Enquanto estou aqui falando com vocês algumas almas estão voltando para junto do nosso Pai Celestial. Os hospitais estão cheios de pessoas que lutam diariamente pela vida mas preferimos não ver.

Quando precisamos passar uma temporada hospedada num hospital é que nos damos conta da fragilidade da vida. Uma pessoa pode estar conversando com você num minuto e no outro não estar mais viva.

Então por que não pensar na morte? Por que não se permitir se despedir das pessoas?

Perdemos tanto tempo com brigas, com desentendimentos e não paramos para pensar que o nosso tempo está correndo. O amanhã pode não existir.

Por isso devemos viver o hoje. Se tem alguma mágoa resolva com a pessoa. Se ama uma pessoa diga isso para ela.

Faça do seu presente o melhor momento da sua vida.

A Ethel é como um tsunami. Ela te puxa para as profundezas escuras, revolve tudo na sua vida e te devolve ao mundo completamente renovado. Seu espírito recebe uma carga de energia tão forte que é impossível continuar a ser a mesma pessoa depois de conhece-la.

O relacionamento dela com o Vitor, o garoto da ponte (como fiquei tentada a atravessar esta ponte) é perfeito. Mesmo tendo pouco tempo para viverem este amor a relação deles foi plena. Presenciar esta evolução foi comovente.

Talvez esta seja a grande lição desta história: o que importa não é a quantidade mas a qualidade. E isto serve para absolutamente tudo nesta vida.

Podemos passar apenas um único dia na presença da pessoa amada mas se for para deixar o amor fluir por cada poro e transparecer no olhar terá sido suficiente para ser verdadeiro e inesquecível.

A Simone conseguiu pegar um tema que para muitos é um tabu, a morte, e nos fez valorizar a vida. Sua forma de narrar a história é apaixonante e viciante.

Uma vida para sempre é um livro que as pessoas deveriam utilizar para demonstrar ao outro o quanto o ama. Presentear uma pessoa com esta história é lhe provar o seu amor incondicional.

Eu fiquei completamente extasiada ao final da leitura (e que final surpreendente). Se estivesse num teatro iria aplaudir de pé por ter tido a honra de conhecer a Ethel e o Vitor.

Não tentem comparar esta história com uma outra que se tornou um best-seller. Não existe comparação possível. A história da Simone é mil vezes melhor.

Este livro irá ficar guardado num lugar muito especial pois esta história será lembrada para sempre como o antes e o depois da Ethel na minha vida.

Então só posso terminar esta resenha dizendo uma palavra para a Simone: OBRIGADA.

Você nos apresentou um anjo. Sua Luz expandiu e chegou até nós.


Um leve bater de asas *O:-) anjinho  *O:-) anjinho  para todos!!!!

Khrys Anjos

6 comentários:

  1. Minha Amiga disse que amou este livro..ela vai me emprestar depois ...
    pelo que ela contou e depois de ler esta resenha estou doidinha para ler

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  2. Não conheço o livro mas gostei do que li em sua resenha. Pretendo ler.

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  3. Aff gente não gosto muito de drama não apesar de ler todos que julgo interessante, mas é que os sentimentos que ele me causa me deixa um pouco depre e a depre é bem o que tento fugir no livros rsrs, mais assim essa resenha foi muito bem escrita e pude ver que no livro não vou encontrar apenas o velho e sofredor drama , mas uma historia de alguém que tem uma doença rara, mas que encara a vida melhor do que muito gente saudável , e isso as vezes nos faz pensar em nossas próprias vidas, e esse tipo de livro é interessante pra gente ter uma visão de como é conviver com alguém que tem uma doença desse tipo, amo fantasia muito, mas esses livros que nos traz pra vida real é indispensável a qualquer ser humano..
    parabéns Khrys, estou amando suas resenhas.

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  4. Me lembrou um pouco A Culpa é das Estrelas. A temática.

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  5. Eu conhecia o livro só de foto, não sabia do conteúdo e fiquei feliz em saber do enredo enquanto estava lendo eu pensei logo em ACEDE, mas gostei de saber que os personagens tem características tão diferentes e geniais. Fiquei mais animada ainda para a leitura.

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  6. Nossa. Que história comovente! Não fazia ideia da profundidade da trama e personagem. A história tem cara de ser intensa e cheia de mensagens. gosto deisto nos romances. Parece muito bom.
    Beijos.

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