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terça-feira, 4 de setembro de 2018

(Resenha) Orlando e o Escudo da Coragem - Ana Lúcia Merege

Título: Orlando e o Escudo da Coragem

Autora: Ana Lúcia Merege

Ano: 2018

Páginas: 100

Editora: Draco



Sinopse: Orlando estaria destinado a ser um cavaleiro se não tivesse nascido com um talento especial: ele tem sonhos e intuições que, às vezes, o levam a trilhar caminhos improváveis. Isso o faz insistir no treinamento de um falcão vesgo, mesmo indo contra os conselhos de seu irmão mais velho, com quem todos adoram compará-lo.
Quando esse irmão viaja para participar de um torneio, Orlando o acompanha como escudeiro, aventurando-se nas terras misteriosas conhecidas como Colinas Negras. Lá, um encontro inesperado dá início a uma série de confusões, levando o menino a enfrentar desafios que não apenas exigirão força e habilidade, mas também irão testá-lo de maneiras que jamais teria imaginado.
Orlando e o Escudo da Coragem, de Ana Lúcia Merege e ilustrado por Ericksama, é o mais novo livro dedicado aos leitores mais jovens do universo Athelgard, que já conta com os romances Anna e a Trilha Secreta, O Castelo das Águias, A Ilha dos Ossos e A Fonte Âmbar, além de vários contos publicados pela Editora Draco. Acompanhe o garoto em uma busca que lhe revelará que a coragem reside nas coisas mais inesperadas.




***




Orlando tem 12 anos na idade cronológica, mas sua sabedoria transcende o espaço conhecido pelo homem. Ele é um menino que se torna um verdadeiro Mestre para aqueles que se permitem enxergá-lo além da aparente pouca idade.

Quando ele parte com seu irmão Lionel, o campeão de Leighdale, para o torneio nas Colinas Negras não imagina como sua vida se transformará.

Por um pequeno engano ele acaba tornando-se o protagonista das aventuras e, mesmo sendo o mais jovem do grupo, termina a jornada ensinando algumas lições preciosas para os rapazes mais velhos.

Amizades sólidas são forjadas durante este percurso onde os participantes entram em contato com suas verdadeiras essências.

Orlando finalmente descobre qual é a verdadeira habilidade do Vesgo, o seu falcão, e assume o dom com o qual nasceu, mas que não teve coragem para dizer aos pais e ao irmão.

A cada prova que passa, tanto em grupo quanto sozinho, ele vai descobrindo que a verdadeira coragem não reside na inexistência do medo. Corajoso é quem se aceita e permite que o outro seja ele mesmo. É quem enfrenta o medo e não se deixa dominar por ele. É quem não desiste de um amigo mesmo que todos achem que está perdendo seu tempo ao ajudá-lo.

Esta é uma história classificada como infanto-juvenil, mas eu discordo desta classificação. Para mim esta obra não pode ser aprisionada em apenas uma abrangência de faixa etária. A história pode e deve ser lida tanto pelos pais quanto pelos filhos.

Eu até recomendo que seja lida primeiro pelos pais, pois através desta leitura eles aprenderão a educar melhor os filhos e os auxiliarem a se tornarem homens de verdade.

O que mais vemos hoje em dia são pais que não incentivam seus filhos a pensarem por si mesmos. Os pais acham que os filhos devem seguir o roteiro que eles criaram sem permitir que os filhos opinem.

Na história todos pensavam que o Vesgo não se tornaria um falcão de caça e que o Orlando deveria procurar outra ave para treinar, mas o menino provou o valor que seu amigo possuía e que somente ele havia enxergado.

Este é um dos maiores defeitos da raça humana: julga o outro pela aparência. Se a pessoa foge ao padrão estético ou comportamental estabelecido pela sociedade como o ideal é menosprezada e descartada como se fosse um doente cuja presença se torna repugnante.

Vesgo é um exemplo de que as aparências não apenas enganam como distorcem a realidade. E o Orlando ensinou para os mais velhos, tidos como mais sábios, que a sabedoria não é um privilégio deles.

O Escudo da Coragem só pode ser erguido por aquele que sabe dominar a si mesmo, que transforma o medo no seu aliado em vez de seu algoz, que valoriza a vida, que luta pelo que acredita.

Terminei a leitura aplaudindo de pé e ovacionando a Ana por mais esta obra cuja essência é encorajar o jovem a pensar por conta própria.

Isso não quer dizer que a criança deva fazer o que lhe vier na mente. Somente que ela tem seguir o próprio coração quando for fazer as escolhas que influenciarão o seu futuro.   



Um leve bater de asas *O:-) anjinho  *O:-) anjinho  para todos!!!!

Khrys Anjos

Um comentário:

  1. Muito obrigada por mais esta sensível apreciação, Khrys! Fiquei feliz por você ter percebido o tema da inclusão e gostado da história. Valeu mesmo.

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