(Entrevista) Autora Kelly Hamiso

Oi Galerinha.

Minha entrevista especial de hoje em comemoração ao niver do blog é com a autora Kelly Hamiso:

1. Se apresente para nós.

Sou Kelly Hamiso Dias, empresária, tenho 36 anos, sou casada há treze anos, tenho um filho de sete anos e estou grávida de cinco meses. Tenho um cachorro york, que se chama Jelly Roll e uma lebre (de olhos vermelhos e pelo branquinho...), que se chama Merlin. Eu adoro rock internacional e nacional, cinema (principalmente filmes de ação e super-herói), leio muito e amo a cidade de São Paulo. Dizem que sou muito engraçada, gosto de contar fatos fazendo caretas e gestos. Adoro piadas, mas quando o assunto é trabalho sou exigente e até um pouco dura. 

2. Fale um pouco sobre seu livro.

Padma conta a história do casal Beto e Jéssica, que ao se descobrirem apaixonados não sabiam que essa união os transformariam em peças de um jogo entre membros de uma organização e um homem ambicioso; todos manipulados por Arimã, o anjo corrompido. Para que consigam ficar juntos, eles precisarão revelar segredos, aprender a perdoar, interpretar sonhos e acreditar que não estão sozinhos. 

Padma conta também com personagens secundários que abordam temas como: fé, amizade, traição e cumplicidade. Como dizem os leitores: "-Uma estória cheia de ação e com um final surpreendente. "

3. Teremos uma continuação para a história?

O final de Padma é independente de continuação, mas estou com planos de escrever sobre a Angélica, que se encaixa como uma continuação. Para isso eu preciso estar com a minha alma jovem para assumir a alma do personagem e, no momento, com a gravidez, meu lado mãe está aflorando, então, não estou num bom momento.  Mas com certeza em 2015 vou contar essa estória.

Ansiosa para ler. E depois que o bebê nascer sua inspiração virá com tudo. Tenho certeza que será mais um sucesso.

4. Por que escolheu a padma como símbolo?

Eu leio muito sobre crenças e mitologias, adoro esses temas e a flor-de-lotus além de linda tem uma simbologia que me fascina (tenho ela tatuada no braço), ela aceita a adversidade que lhe foi imposta para ir em busca do que ela precisa: luz. E  isso combina muito bem com a estória.

É o símbolo perfeito.

5. Na estória os protagonistas passam por situações extremamente violentas. Como foi feita a criação desse núcleo?

Nos anos oitenta os filmes ostentavam essa idéia do rapaz violento e a garota de família; o rock nos permitia um comportamento agressivo e como fiz parte dessa geração, os personagens seguem esse estilo. O núcleo foi composto por pessoas com quem convivi na adolescência e inspiração. 

6. Você quis fazer um alerta para os jovens sobre os perigos de andar "fora da lei"?

Na verdade quando escrevi a primeira versão aos 13 anos, não estava pensando nisso. Depois que o reescrevi, lendo a estória como mãe, percebi que seria uma ótima maneira de passar uma mensagem para o jovem, que não fosse exatamente um "dedo na cara": olha, siga as regras. 

Isso é que tornou a estória tão marcante.

7. Como sua família lidou com a notícia que iria publicar um livro?

Preciso deixar claro que eu nunca pensei em publicar nada, meu maridão foi quem insistiu muito para que eu o fizesse. Sempre escrevi para mim. Meus personagens eram  protegidos por mim, demorou para que eu conseguisse desapegar e deixar alguém ler. Minha família ficou muito feliz e orgulhosa, meu filho então, nem se fala.

Ainda bem que seu marido a convenceu a partilhar sua estória com os leitores.

8. Se lembra para quem você deu seu primeiro autógrafo?

Meu primeiro autógrafo foi para uma menina linda chamada Thaty lá de Mato Grosso do Sul, inesquecível!

Thaty você é uma menina de sorte.

9.Como é a sensação de conhecer os autores dos quais é fã sendo uma autora também?

A tietagem é a mesma, sou leitora também. Eu tenho uma foto no meu Face com a escritora Samantha Holtz e a imagem fala por si, eu, olhando no rosto dela como se não acreditasse. 

E para ser mais emocionante ainda tinha a Keila Gon nos bastidores das fotos.

10. Indique dez livros nacionais para os leitores.

Vou passar 4 títulos contemporâneos que adorei e 6 que são dos meus autores favoritos:

Sal, Letícia Wierzchowski;

O Alquimista, Paulo Coelho; 

Perdida, Carina Rissi; 

Renascer de um outono, Samantha Holtz; 

As palavras, Clarice Lispector; 

Senhora, José de Alencar; 

Helena, Machado de Assis; 

É tarde para saber, Josué Guimarães; 

O mulato, Aluisio Azevedo; 

O primo Basílio, Eça de Queirós.

11. Como foi a recepção dos leitores para o Padma? É como você esperava?

A palavra é meio clichê mas... é muito gratificante. As vezes eu leio uma mensagem e nem acredito! As pessoas, cada uma com sua vivência, tira o que lhe convém da história. Algumas falam mais sobre o amor do Beto e da Jéssica, outras falam sobre aceitar as diferenças (essa é a minha bandeira), outras sobre a religiosidade e outras visam a superação. As pessoas não imaginam como eu fico feliz em ler uma mensagem falando sobre o livro. Tem gente que briga comigo dizendo que queria que tal personagem apanhasse do Beto; outros que não esperava aquele final, e adorou. Sinceramente, a reação das pessoas que me escrevem é muito melhor do que tudo que imaginei um dia. Escrever é difícil, publicar é impossível, ser aceito pelo leitor é uma dádiva.

Quando o autor tem o dom de passar para o papel o que vai na sua alma ele consegue atingir os leitores. E você tem este dom.

12 . Se fosse a sua filha a passar pela situação que a Jéssica passa na história, qual seria o conselho que você daria?

Pergunta difícil, mas me questionei enquanto escrevia Padma. Como mãe é difícil aceitar o que ela fez pelo Beto, mas eu não a impediria. O ser humano só acredita vendo e sentindo. Há uns dezoito anos, perguntei para minha mãe, porque ela nunca se intrometeu nos meus relacionamentos e ela sabiamente me respondeu: " - Não quero que no futuro jogue na minha cara que não é feliz porque não te deixei ser feliz. Quero que faça suas próprias escolhas consciente de que você será a única a arcar com as conseqüências."  Penso assim também.

Sua mãe é uma mulher muito sábia e digna de admiração.

13. Você se inspirou em algum conhecido para criar um personagem?

Meu tio tem o perfil do Xande, minha avó tem as características da avó da Jéssica. O Beto, eu me inspirei no meu cantor favorito, eu não vou contar quem ele é, mas no livro tem dicas nas camisetas que o Beto usa.

Espero que seu tio tenha ficado feliz por ser sua inspiração.

14. Acredita que uma pessoa é 100% boa ou má? E acha que o amor é capaz de mudar alguém?

Não acredito que uma pessoa seja 100% boa ou má. Cada um tem sua alíquota de bondade e maldade dentro de si, somos imperfeitos e esse é o principio da nossa evolução, buscar o que mais nos atrai, é nisso que acredito. A caminhada é árdua mas estamos melhorando, e mesmo assim não acho que atingiremos o 100%, e se isso fosse possível, seria um erro. Acredito que o amor é capaz de nos fazer escolher outros caminhos, sermos melhores para fazer a vida do outro melhor ao nosso lado; mas estou falando de amor, puro, não de paixão. 

Adorei sua resposta. Somente os imperfeitos sabem amar.

15. Deixe uma mensagem para os leitores:

Quero agradecer infinitamente aos leitores pelo carinho, pelas opiniões, puxões de orelha e as lágrimas que me fizeram derramar. Muito obrigada! 


E nós leitores te agradecemos por dividir sua estória conosco mas principalmente por seres assim do jeitinho que és.

 ***

Conhecer o lado humano de um autor nos aproxima mais da sua essência.

E a Kelly demonstrou ser uma pessoa maravilhosa para se conviver.

Obrigada por seu carinho e por aceitar ser minha "vítima" como entrevistada.

Espero que vocês também tenham gostado de saber como a mente da Kelly funciona.

Parabéns pelo bebê. Que ela (algo me diz que será uma menina. Será?) venha com muita saúde para trazer Luz e Alegria para a sua vida. Ela ou ele será sua Padma.

Um leve bater de asas     para todos!!!!

Khrys Anjos