(Resenha) A Promessa da Rosa - Babi A. Sette

Título: A Promessa da Rosa

Autora: Babi A. Sette 

Ano: 2015  

Páginas: 432 

Editora: Novo Século 

Sinopse: Século xix: status, vestidos pomposos, carruagens, bailes… Kathelyn Stanwell, a irresistível filha de um conde, seria a debutante perfeita, exceto pelo fato de que ela detesta a nobreza; é corajosa, idealista e geniosa. Nutre o sonho de ser livre para escolher o próprio destino, dentre eles inclui o de não casar-se cedo. No entanto, em um baile de máscaras, um homem intrigante entra em cena… Arthur Harold é bonito, rico e obstinado. 

Supondo, por sua aparência, que ele não pertence ao seu mundo, à impulsiva Kathelyn o convida a entrar no jardim – passeio proibido para jovens damas. Nunca mais se veriam, ela estava segura disso. Entretanto, ele é: o nono duque de Belmont, alguém bem diferente do homem que idealizava, só que, de um instante a outro, o que parecia a aventura de uma noite, se transforma em uma paixão sem limites. Porém, a traição causada pela inveja e uma sucessão de mal-entendidos dão origem ao ciúme e muitas reviravoltas. Kathelyn será desafiada, não mais pelas regras sociais ou pelo direito de trilhar o próprio caminho, e sim, pela a única coisa capaz de vencer até mesmo a sua força de vontade e enorme teimosia: o seu coração. 

***  

Kathelyn é uma jovem completamente a frente de seu tempo. Filha de um conde e prestes a se comprometer com um pretendente digno da hierarquia social, ela prefere a liberdade. Assim faz de tudo para adiar este dia afastando dissimuladamente todos os homens que se aproximam com esta pretensão. 

Porém ao fazer uma travessura acaba por cair nos braços do duque de Belmont. E desta maneira começa a brincadeira de gato e rata que vai aos poucos se transformando numa realidade surpreendente para ambos: eles se apaixonam.

Com este sentimento surgindo entre eles outro sentimento tão forte quanto o deles também surge: a inveja. Quando uma pessoa é contaminada por este sentimento só tem uma meta: destruir o objeto que lhe causou este mal.

Desta forma o Arthur (que é a parte mais fraca deste relacionamento) se deixa envenenar pelas intrigas, toma um porre de outro veneno, o ciúme, e acaba por afastar a Kathelyn da sua vida. 

As transformações pelas quais a Kathe é obrigada a passar são provas cruéis. Somente uma pessoa com um espírito forte e evoluído consegue se manter de pé após cada chibatada que a vida lhe impõe, como a Kathe fez. 

Nesta jornada rumo ao aprendizado nossa heroína teve a ajuda de um anjo da guarda na forma de preceptora a Sra. Taylor. E também pode contar com a ajuda do seu amigo de infância Steve (me apaixonei por este rapaz. Sua coragem foi ainda maior que a da Kathe ao assumir seu lado "diferente". E mostrou o que é ser um amigo de verdade). 

Eles, junto com os novos amigos o menino Jonas e o príncipe Philipe, se tornam o porto seguro da Kathe. Além de ampará-la lhe estimulam a seguir em frente de cabeça erguida. 

Muita coisa acontece na vida desta jovem. Coisas que fariam a maioria das mulheres desistirem pois foram momentos cuja força se emaranhava entre aterradora, apavorante, assustadora e dolorosa. 

As duas pessoas que ela mais amava a traíram (são estas traições a que mais nos afetam. Saber que alguém a quem dedicamos o nosso amor o jogou no lixo e nos machucou até atingir nossa alma) e a fizeram procurar ajuda onde acaba por sofrer uma terceira traição, desta vez regada a uma violência física que lhe impõem mais uma ferida no espírito. 

Mas mesmo passando por tanto sofrimento Kathe continua tendo a capacidade de sorrir com os olhos. Sua alma está cheia de feridas mas continua irradiando a sua Luz, a sua essência. 

Nesta história temos a constatação do quanto a mulher era desvalorizada naquela época. Enquanto a mulher tinha a obrigação de aprender a cuidar da casa e gerar herdeiros o homem para ter status tinha amantes contratadas (Acho que não mudamos tanto assim neste quesito, infelizmente.). 

Uma mulher que ousasse ser diferente era excluída do convívio social e toda a família humilhada. 

E foi exatamente esta coragem da Kathe em ser diferente que me fez admirá-la. Ela caiu porém teve a determinação em levantar após cada queda e fez destes tropeços a escada que a levou a sua verdadeira felicidade. 

Estamos tão acostumados a não ir atrás do que desejamos que simplesmente perdemos chances únicas e alcançarmos o amor. 

Acredito que neste romance também ficou evidenciado que entre um casal existe sim a diferença na intensidade do amor. A Kathe amou o duque de forma incondicional. Ela o aceitou exatamente da maneira que era, cheio de defeitos e o perdoou (confesso que não sei se seria capaz de ter esta mesma atitude se estivesse no lugar da Kathe). Ele num único momento de dúvida a repeliu pois o seu sentimento ainda não estava maduro e nem ele apesar de ser 11 anos mais velho do que ela (idade não significa maturidade emocional). 

Mas como esta foi a escolha que a Kathelyn fez para a sua vida além de perdoá-lo o ensinou o significado de se arrepender pelos erros cometidos. Arthur teve que evoluir muito para merecer ter o seu final feliz. Ele aprendeu que para chegar até a rosa é preciso saber lidar com seus espinhos do contrário o sangue derramado irá manchá-la e destruí-la. 

A Promessa da Rosa foi cumprida dignamente pela autora Babi. Foi uma viagem maravilhosa no tempo. Cada detalhe minuciosamente tratado. Um trabalho esplendoroso. 

Este romance não tem época. Tem momento. Tem amadurecimento. Tem lições. E acima de tudo tem a delicadeza das pétalas da rosa, seu suave perfume, sua inebriante beleza e sua força na raiz.

Um leve bater de asas     para todos!!!!

Khrys Anjos