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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

(Resenha) O Matuto - Zíbia Gasparetto

Titulo: O Matuto 

Autora: Zíbia Gasparetto

Ano: 2016

Páginas: 416

Editora: Vida & Consciência




Sinopse: Um matuto que não sabia ler nem escrever, herdeiro de enorme fortuna, parecia ser uma presa fácil para um advogado que planejava ludibriá-lo e para o tio do rapaz, que, julgando-o morto, pretendia ficar com sua herança. Os fatos, porém, surpreendem a ambos. 

Este romance de agradável e proveitosa leitura nos faz meditar e compreender mais as lutas da vida, encorajando-nos a manter a confiança na grande bondade e inteligência de Deus.




*** 



Esta história coloca o leitor diante de temas que precisam ser profundamente analisados: ciúme, vícios, perdão, culpa, preconceito, vingança, fé.

Geraldo foi levado pelo pai para viver numa pequena cidade do interior e se transformou num quase selvagem. Não aprendeu a ler nem escreveu, pois seu pai assim o quis. Euclides também incutiu na mente do filho que deveria fugir do amor e não confiar nas mulheres.

Quando sua mãe falece lhe deixando uma imensa fortuna de herança um advogado inescrupuloso tenta se aproveitar da sua ignorância para se apossar de grande parte do dinheiro. Assim como o seu maquiavélico tio.

Ao chegar à cidade grande um novo mundo literalmente se abre diante de seus olhos. No início seu único pensamento é resolver a questão da herança e voltar para o mato onde se sente mais seguro, mas com o passar dos dias e ao fazer novas amizades percebe que sua vida será completamente diferente dali em diante.

Ele conhece sua prima Maria da Glória e uma irmandade se estabelece entre eles. Também acaba por criar um laço fortíssimo com a dona Lucila e sua filha Inês. Encontra em Humberto um irmão e em seu primo Jorge um amigo. E mesmo contra a sua vontade descobre o amor nos braços da Maria Luísa.

No decorrer do trajeto que levou o casal a felicidade eles tiveram que passar por algumas turbulências. E quase não conseguem o tão esperado final feliz, pois foram presos na mesma armadilha que o pai do Geraldo caiu.

Cada personagem teve a sua própria história e ao se reunirem puderam entender melhor os acontecimentos do passado que os levaram até aquele momento.

E o leitor é levado a fazer as mesmas reflexões que os personagens fizeram. Suas experiências servem para mostrar onde eu ou você estamos cometendo o mesmo erro.

Temos os vícios que corroem a alma: jogo, ciúme, ambição, vingança, ódio, culpa, arrependimento, remorso.

Vocês devem estar se perguntando por que coloquei todos estes sentimentos como sendo vícios, não estão?

Vício é tudo aquilo que nos domina, tudo o que alimentamos, tudo o que permitimos que nos guie a vida. Se deixamos que algum destes sentimentos nos domine ou guie estamos lhe dando o poder de conduzir a nossa existência.

E para deixar de ser um vício precisamos fazer o tratamento de desintoxicação realizado através do amor e do perdão.

O ciúme é o conselheiro mais mortal que existe. Ele leva o indivíduo a cometer atos bárbaros e depois passar o resto da vida se amargurando por ter feito algo que só lhe trouxe mais dor.

E a vingança é a alma gêmea do ciúme. Ainda mais letal, pois atinge tanto a pessoa a quem é projetada a vingança quanto aquele que a pratica.

A maneira mais rápida e eficaz de nos libertarmos dos grilhões do ciúme é amando de verdade a outra pessoa, lhe dando liberdade e confiança.

O perdão serve como primeiro passo para fazermos nossa luz se expandir em nossa alma e irradiar plenamente em nossa vida. E isto inclui o auto perdão.

Se cometemos um erro temos que ter em mente que foi algo ruim que fizemos, mas não podemos permitir que o remorso, o arrependimento e a culpa nos limitem os passos. Eles só servem para incutir medo na pessoa e levá-la a depressão.

Errou, peça perdão, se perdoe e se for possível corrigir então o corrija. Se não pode peça perdão, se perdoe e siga sua vida sem se deixar prender pelas algemas do passado.

Temos que tomar um cuidado redobrado para não usarmos as vidas passadas como desculpa para as coisas ruins que fazemos aos outros ou que as outras pessoas fazem conosco ou com o próximo.

Tudo deve ser dosado com a lógica de que estamos tendo uma nova chance para aprendermos as lições que nos recusamos a aprender em alguma encarnação passada.

Mas não podemos deixar que isto se torne a base para a nossa vida.

Estamos aqui para evoluirmos. O que isso significa? Que temos que aprender a nos amar e permitir que o outro também se ame.

Ajudar uma pessoa a sair da prisão mental em que ela mesma se colocou ao se deixar viciar pelo jogo, pela bebida, pelas drogas ou pelos sentimentos negativos só é possível quando esta pessoa deseja a mudança. A força de vontade dela em se curar é que deve ser estimulada. Não com cobranças, mas com incentivos e estímulos.

Julgar ou apontar o dedo só faz com que a pessoa se retraia e fuja. Além do que não há nenhuma pessoa encarnada que tenha o direito de se sentir superior ao outro e tomar o julgamento dos seus atos nas suas mãos. Todos nós estamos no mesmo barco. E para que a embarcação não afunde ao bater num iceberg todos temos que trabalhar em conjunto.

Uma pessoa não deve ser intitulada por ter ou não um diploma. Seu caráter é muito mais importante.

Existem explicações para os acontecimentos ruins e os bons que ocorrem em nossas vidas que remontam as nossas encarnações passadas, mas não podemos ficar paralisados aguardando que os espíritos venham nos contar o que passou e como devemos prosseguir.

Nossas escolhas determinam o nosso futuro. Seguir os conselhos do amor é muito mais benéfico.




Um leve bater de asas *O:-) anjinho  *O:-) anjinho  para todos!!!!

Khrys Anjos

Um comentário:

  1. Este livro causa uma impressão muito boa. Fala sobre os valores da vida... nunca li ou vi, mas gostei bastante da resenha. Acho que precisa ser mais conhecido... expandir...

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