(Resenha) Pode-se amar outra vez... - Alexandre Novaes

Título: Pode-se amar outra vez...

Autor: Alexandre Novaes

Editora: Perse

Páginas: 234

Edição: 1

Ano: 2014



Sinopse: 05 de Junho de 2002. A amada esposa de Victor, Talita, perde a vida em um terrível acidente de carro. Na data da morte dela, nove anos depois, Victor está profundamente melancólico e deprimido, como em todos os outros anos. À noite, neste mesmo dia, ele é testemunha de uma agressão em que um senhor é jogado na estrada de terra, bastante ferido. Este homem, mesmo nestas condições críticas, ainda tem tempo de pedir que Victor proteja Ana Luíza. E que pegue um anel. Sem saber quem é Ana Luíza, e sem entender a situação, Victor fica profundamente intrigado com o pedido. Cada vez mais angustiado por respostas, Victor começa sua busca em um enredo em que a Vida proporciona uma surpresa atrás da outra. Quem é Ana Luíza? Por onde começar a procurá-la? Apesar da sua profunda dor pela perda da sua esposa, Victor segue em frente na busca da solução deste mistério, e percebe que não há dor que perdure para sempre. Afinal, nosso coração pode amar mais que uma vez. 

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Como a sinopse já diz basicamente o que acontece na história irei direto para as minhas impressões sobre a leitura.

Depois de passar 9 anos vivendo a dor pela perda de sua esposa Victor finalmente encontra um novo motivo para viver. Seu coração está pronto para ser curado.

Isso parece estranho mas é o que acontece. Nós só nos curamos quando aceitamos a cura. Podemos passar por vários tratamentos mas somente a partir do momento que permitimos que a ferida se cicatrize é que a cura ocorre.

Victor acreditou que não podia mais amar. Que tinha esgotado seu cálice de amor com a esposa Talita e que não teria mais o amor dela para saciá-lo. Quando ela morre ele se enterra junto. Se entrega para a dor e passa a vivenciar o sofrimento se alimentando dele.

Mas como estamos neste mundo para viver e ser feliz a Vida lhe mostra que é chegada a hora de expurgar a ferida. E a Ana Luíza se torna a catalizadora desta cura.

A forma como o Destino resolve colocá-los na mesma estrada é através de um mistério envolvendo a estátua desaparecida do Argon Azzurro.

Para desvendar o mistério Ana Luiza acaba tendo que confrontar o seu passado e tem que enfrentar uma revelação emocionante sobre sua origem.

A mensagem principal da história é que devemos viver o Hoje. O Passado serve para nos trazer lições e recordações mas não podemos viver acorrentados a ele.

Por mais difícil e dolorosa que tenha sido uma situação temos que seguir em frente.

Quando se perde aquela pessoa que acreditamos iremos passar o resto da nossa vida junto a dor da ausência faz com que passemos a temer amar novamente pois criamos a defesa contra a dor. Ficamos com medo de perder novamente e afastamos a possibilidade de voltar a sentir.

Esta é uma reação natural de qualquer animal. Se um cachorro, por exemplo, se machuca com determinado brinquedo ele passa a evitá-lo no futuro. O ser humano faz isso também.

Se sofre com a perda do seu parceiro se fecha numa concha acreditando que assim estará livre de voltar a sofrer e que esgotou sua capacidade de amar. Muitos acreditam estar traindo aquele que se foi e por isso não se permite encontrar um novo amor.

Com o Victor acontece isso. Ele se trancou dentro de si mesmo e só conseguiu sair do abismo no qual se jogou com a "ajuda" de sua falecida esposa. Quando ela o liberou, através dos seus sonhos, do aprisionamento imposto por ele mesmo seu coração voltou a bater.

A Ana acabou encontrando alguém em quem confiar e conquistou o amor do Victor curando seu coração e sua alma.

Outro personagem que "roubou" a cena foi o policial Cléber, amigo do Victor. Estes dois não podem se comunicar sem uma gíria. 

Um romance escrito pelo Alexandre já é capaz de prendar a atenção do leitor e delineá-lo com um mistério tornou a leitura viciante. Um ponto intrigante nos livros do Alexandre é que os capítulos são curtos. Isso para as pessoas que sempre dizem vou ler só mais um capítulo antes de dormir (como eu) é uma tortura pois como eles são curtos você não consegue parar de ler.

Virei fã de carteirinha do Alexandre. Ele consegue escrever transmitindo os sentimentos dos personagens para o papel. E quem está lendo a história consegue captar estes sentimentos.

Um leve bater de asas     para todos!!!!

Khrys Anjos