Título: A Menina da Neve
Autora: Eowyn Ivey
Ano: 2015
Páginas: 352
Editora: Novo Conceito
Sinopse: Alasca, 1920: um lugar especialmente
difícil para os recém-chegados Jack e Mabel. Sem filhos, eles estão se
afastando cada vez mais um do outro. Em um dos raros momentos juntos, durante a
primeira nevasca da temporada, eles constroem uma criança feita de neve. Na
manhã seguinte, a criança de neve some. Dias depois, eles avistam uma criança
loira correndo por entre as árvores. Uma menina que parece não ser de verdade, acompanhada
de uma raposa vermelha e que, de alguma formam consegue sobreviver sozinha no
frio e rigoroso inverno do Alasca. Enquanto Jack e Mabel se esforçam para
entender esta criança que parece saída das páginas de um conto de fadas, eles
começam a amá-la como se fosse sua própria filha. No entanto, nesse lugar
bonito e sombrio, as coisas raramente são como aparentam, e o que eles
aprenderão sobre essa misteriosa menina irá transformar a vida de todos.
***
Quando li
a sinopse deste livro imaginei que fosse uma história comovente sobre um casal
que vai viver no Alasca após passar por algum momento difícil em suas vidas e
acabam por encontrar uma menina que poderia ser fruto de uma ilusão ou um
pequeno ser que lhes traria a cura.
Na
questão da cura até posso dizer que estava certa, mas infelizmente para mim
esta leitura foi frustrante e uma imensa decepção.
Quem me
conhece sabe que para falar de um livro exponho um pouco da história e o que
achei dela exaltando os pontos positivos. O que não encontrei neste em questão.
A
história é mais ou menos assim: O casal resolve fugir para o Alasca pois não
suportam mais a piedade da família e amigos pela perda que tiveram.
Passam
por dificuldades extremas nesta nova terra já que a história acontece em 1920.
Hoje em dia viver lá é sacrificante imaginem naquela época com tudo sendo tão
escasso.
Jack
acaba por iniciar uma nova “profissão”: caçador. Mabel fica tão desolada com a
vida que leva que tenta o suicídio. Os dois conhecem a menina que vive andando
pela neve com uma raposa vermelha.
Fazem
novos amigos e aos poucos suas vidas vão entrando nos eixos novamente.
A menina
cresce, se casa e o fim só vocês lendo para descobrir.
Agora
falarei do que achei da história explicando meus pontos de vista: O Jack era um
homem muito estranho para não dizer cruel com a esposa. A levou para morar num
mundo congelado, praticamente a manteve isolada do mundo exterior, não a tratava
como mulher e não aceitava sua ajuda.
Mabel foi
se afundando na depressão. Ela havia sofrido a pior perda para uma mulher e seu
marido não a apoiou neste momento crucial da sua vida. Ela pediu para que se
mudassem e aproveitassem esta chance de recomeçarem suas vidas longe da família
acreditando que isso os uniria. Se enganou.
A menina
que vivia perambulando pela montanha coberta de neve era uma caçadora
sanguinária e cruel. O rapaz com quem se casou idem. Neste quesito eram o casal
perfeito. De pura não tinha nada.
Sei que
muitos devem estar dizendo que o fato de serem caçadores me fez não gostar da
história já que sou vegana e defendo a vida. Bem me reservo o direito de gostar
ou não de uma história por este motivo, mas não sou assim tão irracional.
O protagonista de uma das minhas histórias favoritas é um caçador.
O protagonista de uma das minhas histórias favoritas é um caçador.
Porém o que
diferencia uma história da outra é a sensibilidade do autor que escreveu a que
eu coloquei como favorita e a total falta de sensibilidade da autora Eowyn Ivey
ao narrar os fatos como ela fez.
Vou
mostrar para vocês a diferente: Com sensibilidade – Jack ao se encontrar num
momento de desespero e não vendo outro jeito para se alimentar e a esposa sai
para caçar. Encontra um alce e atira. O mata e pode passar o inverno sem o medo
de morrer de fome.
Sem
sensibilidade – Jack sai para caçar e avista um alce. Atira uma vez e para ter certeza
que o matou atira novamente. Começa então a estripá-lo mas percebe que o
trabalho levará horas já que o animal é imenso. Eis que aparece a ajuda de um
menino de 13 anos que está habilmente acostumado a caçar e esquartejar suas
presas. Ele ensina o ofício ao Jack se deliciando com a cena. A cada parte
cortada sua expressão é de júbilo.
Conseguiram
perceber a diferença? Espero que sim.
O fato de
ser uma história com caçadores não é o motivo da minha decepção, mas o fato da
autora descrever de maneira demasiada as mortes dos animais. A cada dois
capítulos, ou até mesmo numa sequência de 5 ou 6, ela descreve com requinte de
informações o passo a passo das barbáries cometidas. Disse barbáries pois não
se trataram apenas de caçar, tinham que ser cruéis como o esquartejamento, a
decapitação, morte por esmagamento de coração ou assassinato por inveja da afeição
dedicada a uma raposa. Não consegui calcular quantos animais foram mortos. E a maioria não eram para a pessoa se alimentar.
Foram
tantos pontos ruins que não encontrei nenhum positivo para dizer. Não abandonei
a leitura, como vocês devem estar se perguntando por que não fiz, porque nunca
abandono uma leitura. Se vou falar o que senti a respeito dela tenho que conhecê-la
por inteiro. Saber tudo o que acontece para poder falar guiada pela razão e não
pela emoção.
Então
pela primeira vez eu não recomendo esta leitura. Pelo menos não para quem é
sensível e ama os animais. Se estiver querendo uma história comovente não
encontrará aqui. Mas como gosto não se discute pode ser que vocês leiam e se apaixonem
pela história.
Eu mesma
já li histórias que foram massacradas pelos críticos e as achei maravilhosas.
Assim como li algumas que foram enaltecidas e que para mim foram uma enorme
decepção. Fiquei pensando como podem colocar estas histórias como best-sellers
inspirando tanta violência e coisas ruins.
Só uma
última explanação: Temos visto inúmeros casos de crianças e adolescentes que
invadem escolas ou casas, e com um arsenal de fazer inveja a muitos bandidos,
saem atirando e matando a esmo. Um dos motivos disso acontecer é que os pais
acreditam que para serem homens de verdade seus filhos devem aprender a caçar
com 5 ou 6 anos de idade. Como se tirar uma vida fosse algo esplendoroso. Se
não matar não poderá ser considerado um homem. Tem que trazer troféus para
casa. Assim lhes dão de presente as mesmas armas que depois eles usam para dar
fim as vidas das pessoas que os ferem. Afinal se os pais os ensinam que a vida
não vale nada eles podem fazer isso e se tornarem homens mais rápido. Que os
digam os terroristas.
Um leve bater de asas para todos!!!!
Khrys Anjos
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